19 dezembro 2009
Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando. O mestre tentou tirá-lo novamente e outra vez o animal o picou. Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:
-Desculpe-me mas você é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo? O mestre respondeu:
-A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.
Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida, e continuou:
-Não mude sua natureza se alguém lhe faz algum mal; apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Quando a vida lhe apresentar mil razões para chorar, mostre- lhe que tem mil e uma razões para sorrir. Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você.
E o que os outros pensam… é problema deles.
30 novembro 2009
10 homens e 1 mulher
Onze pessoas estavam penduradas numa corda num helicóptero.
Eram dez homens e uma mulher.
Como a corda não era forte o suficiente para segurar todos, decidiram que um deles teria que se soltar da corda.
Eles não conseguiram decidir quem, até que, finalmente, a mulher disse que se soltaria da corda, pois as mulheres estão acostumadas a largar tudo pelos seus filhos e marido, dando tudo aos homens e recebendo nada de volta e que os homens, como a criação primeira de Deus, mereceriam sobreviver, pois eram também mais fortes, mais sábios e capazes de grandes façanhas...
Quando ela terminou de falar, todos os homens começaram a bater palmas..
26 novembro 2009
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-três. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
A autoria deste texto é atribuída à uma aluna do curso de Letras da UFPE.
13 novembro 2009
Raul Romântico
Mas I Love You
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas / Rick Ferreira
O que é que você quer
Que eu largue isso aqui?
É só me pedir
Soldado ou bancário
Garçom ou chofer
Eu paro de ser (de ser)
De ser cantor
É só dizer
Pra não morrer
Meu único amor
Eu largo o que sou
Vou ser zelador
De prédio qualquer
Sentado ao portão
O portão dos sonhos
Que você sonhou
Diga o que você quer
Se acaso não quiser
Feliz eu serei seu nada
Mas um nada de amor
Eu lavo e passo
Sirvo à mesa e faxino
Aprendo e te ensino
Posso até dirigir
Comprar um táxi
Só pra lhe servir
Deixo de ser coruja
Pra ser sua cotovia
E só viver de dia
Pra você ser feliz
Mas I love you...
05 novembro 2009
29 outubro 2009
28 de outubro - Dia do Servidor Público
Touro Funcionário Público
Um caboclo do interior, bem do interior mesmo, tinha o melhor touro da região.
O touro era seu único patrimônio.
Os fazendeiros locais descobriram que o tal touro era o melhor animal reprodutor das redodenzas, e começaram a alugar o bicho para cruzar com suas vacas, pois com esse touro, sempre nasciam os melhores bezerros.
Era só colocar uma vaca perto dele e o touro não perdoava uma.
O único sustento do cabloco vinha da posse desse touro.
Os fazendeiros da região se reuniram e decidiram comprar o touro.
Um representante foi escolhido e foi até a casa do caboclo falar com o mesmo e sua esposa:
- Põe preço no seu bicho que vamos comprá-lo!
O caboclo, aproveitando a situação, falou um preço absurdo.
Os fazendeiros não aceitaram a proposta e foram se queixar com o prefeito da cidade.
Este, sensibilizado com o problema, comprou o animal com o dinheiro da prefeitura, o registrou como patrimônio da cidade, e resolveu fazer uma festa para apresentar o touro para a população.
No dia da festa os fazendeiros trouxeram suas vacas para o touro cobrir, afinal, seria tudo de graça.
Na hora da primeira vaca, o touro esbravejou, pulou, cheirou a vaca e nada!
Deve ser culpa da vaca - disse um fazendeiro - Ela é muito magra!
Trouxeram uma vaca holandesa, a mais bonita da região.
O touro esbravejou, pulou, cheirou a vaca e nada!
O prefeito, puto da vida, chamou o ex-dono do animal e lhe perguntou o que estava acontecendo.
- Não sei... - disse o caboclo - Ele nunca fez isso antes! Deixa que eu vou conversar com o touro.
E o caboclo, aproximando-se do bicho, foi logo perguntando:
- O que há com você? Não tá mais a fim de trabalhar?
E o touro, dando uma espreguiçada, respondeu:
- Não me enche o saco! Agora eu sou funcionário público...
23 outubro 2009
Ilusão de óptica
As ilusões de óptica podem surgir naturalmente ou serem criadas por astúcias visuais específicas que demonstram certas hipóteses sobre o funcionamento do sistema visual humano. Imagens que causam ilusão de óptica são largamente utilizados nas artes.
A explicação possível das ilusões ópticas é debatida extensamente. No entanto, os resultados da investigação mais recente indicam que as ilusões emergem simplesmente da assinatura do modo estatístico e empírico como todos os dados perceptivos visuais são gerados.
Os circuitos neuronais do nosso sistema visual evoluem, por aprendizagem neuronal, para um sistema que faz interpretações muito eficientes das cenas 3D usuais, com base na emergência no nosso cérebro de modelos simplificados que tornam muito rápida e eficiente essa interpretação mas causam muitas ilusões ópticas em situações fora do comum.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
Olhando fixamente no centro da imagem abaixo, ocorre a ilusão de que a flor está se expandindo.
20 outubro 2009
A aliança
— Você não sabe o que me aconteceu!
— O quê?
— Uma coisa incrível.
— O quê?
— Contando ninguém acredita.
— Conta!
— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
— Não.
— Olhe.
E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
— O que aconteceu?
E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
— Que coisa - diria a mulher, calmamente.
— Não é difícil de acreditar?
— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...
— SEU CRETINO!
— Meu bem...
— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
— Mas, meu bem...
— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
— O mais importante é que você não mentiu pra mim.
E foi tratar do jantar.
Texto extraído do livro "As mentiras que os homens contam", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2000, pág. 37.
17 outubro 2009
Hip Hop
O hip hop como movimento cultural é composto por quatro manifestações artísticas principais: MCing, que anima a festa com suas rimas improvisadas, a instrumentação dos DJs, a dança do breakdance e a pintura do grafite. Tendo começado em Bronx, a cultura hip hop emergiu rapidamente para o mundo todo.
A música hip hop não deve ser confundida com o rap (rhythm and poetry), pois este tem estrutura divergente da música hip hop em vários pontos, apesar de terem pontos em comum. Existem rappers que não tocam hip hop, como Eminem e Racionais MC's, assim como existem músicos de hip hop que não fazem rap. A premiação da MTV americana, o Video Music Awards, por exemplo, conta com duas categorias distintas: uma para melhor clipe de rap e outra para melhor clip de hip hop.
14 outubro 2009
Primavera
Primavera se foi e com ela meu amor
Quem me dera poder consertar tudo que eu fiz
O perfume que andava com o vento pelo ar
Primavera soprando pr'um caminho mais feliz
Mais feliz, pois a rosa que se esconde
No cabelo mais bonito, é um grito
Quase um mito, uma prova de amor
Primavera se foi, e com ela essa dor
Se alojou no meu peito devagar
A certeza do amor não me deixa nunca mais
Primavera brilhando em seu olhar
E o olhar que eu guardo na lembrança
Ainda traz a esperança
de te ter ao meu ladinho numa próxima estação
Primavera se foi e com ela meu amor
Quem me dera poder consertar tudo que eu fiz
O perfume que andava com o vento pelo ar
Primavera soprando pr'um caminho mais feliz
Mais feliz, mais feliz,...
Composição: Marcelo Camelo
13 outubro 2009
Dia do Professor
No início da década de 30, as primeiras comemorações já aconteciam, mas sem grande repercussão, quando, em artigo publicado no “Jornal de São Paulo” (de 10 de outubro de 1946), um professor chamado Alfredo Gomes lança a Campanha pela oficialização do “Dia do Professor” a 15 de outubro, no Estado de São Paulo.
A Campanha esclarecia que, além da associação religiosa, a data possuía riqueza histórica. Afinal pode-se dizer que neste dia foi instituído o ensino público no Brasil, por decreto Imperial de D. Pedro I, em 1827. O referido documento assinado pelo Imperador ordenava a criação de escolas de “primeiras letras” (alfabetização) em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império.
Em 1947, formou-se, então, a “Comissão Pró-Oficialização do Dia do Professor”, com intensa atividade de mobilização no Ministério da Educação, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e na Secretaria de Educação. Em 13 de outubro de 1948, o Projeto foi transformado na Lei estadual nº 174.
A conquista paulista correu o País e quase todos os Estados aprovaram leis instituindo o feriado escolar do Dia do Professor em 15 de outubro. A partir daí, iniciou-se o trabalho pelo reconhecimento nacional da homenagem, por meio de decreto federal.
Em um trecho do Memorial enviado ao Ministro da Educação, solicitando a declaração de feriado escolar nacional, o professor Alfredo Gomes argumentou: “Se o professor é o generoso semeador de idéias que permitem o conhecimento da vida e acendem, no espírito, o sagrado fogo da esperança; se ele é quem faz e estimula vontades e caracteres; se é ele fator primacial na formação moral e intelectual das novas gerações, torna-se elementar ato de justiça e reconhecimento, homenagear sua missão pelo muito que representa para a Cultura e para a própria Nacionalidade”.
Finalmente, apenas em 14 de outubro de 1963, a data foi reconhecida nacionalmente
02 outubro 2009
Iolandas e Copolas
Mas não sobre os absurdos da trama central que quero falar, e sim sobre um núcleo bem menos ruidoso e mais realista. É o que envolve o casal Copola e Iolanda, vividos pelos excelentes Tarcísio Meira e Suzana Faini. São dois coadjuvantes de luxo que não têm o que fazer em cena, a não ser demonstrar, com muita sutileza, a importância da sintonia para a felicidade de um casal.
Copola, apesar do jeito rústico, é um homem que gosta de livros, que se emociona com música, que sabe apreciar arquitetura histórica, que dá o devido valor à arte. O resultado disso é que se tornou um homem com uma sensibilidade refinada e um olhar abrangente para a vida. Se sente confortável em qualquer ambiente porque sabe que o dinheiro não torna ninguém melhor do que os outros: ele é um cidadão que mergulhou no mundo sem sair da sua aldeia, portanto transita em qualquer meio com a segurança de quem fez das emoções o seu código de conduta.
Sua mulher, ao contrário, não compreende onde está o mérito de se entregar à contemplação do que lhe parece tão abstrato. Ela dedica sua vida à cozinha e à limpeza da casa. Só lhe interessa o que é prático. Não se desloca um milímetro do lugar comum, é a embaixatriz do trivial. Dá a impressão de que a rotina escravizante é que lhe deixou assim amarga, mas essa escravidão não foi imposta pelas paredes do seu castelinho de alvenaria: ela se deixou enclausurar pela ignorância. Tornou-se obtusa por não desenvolver a paixão pela vida e perdeu ambas: a vida e sua paixão.
Às vezes as pessoas me perguntam: por que os casamentos terminam tão cedo hoje em dia? Não terminam mais cedo hoje. É que antes o casal não se separava porque a mulher não tinha como se sustentar, e isso dava a falsa impressão de que eram casais longevos. O casamento acabava, mas o convívio prosseguia. Mais do que a separação de corpos, o que pode dar fim a um amor é o distanciamento de percepções: um enxerga o mundo em cores, o outro em preto-e-branco. Um percebe a delicadeza e a profundidade de tudo o que existe, o outro não consegue ir além da superfície. Pode um casal ser mais desunido do que aquele que, olhando na mesma direção, não consegue enxergar a mesma coisa?
Temperamentos antagônicos apimentam uma relação, dão graça ao embate, mas a falta absoluta de afinidades emocionais e intelectuais torna a convivência desértica e sem comunicação. Sentir o mundo de forma parecida é o que formata uma dupla. Copola e Iolanda não se traem, não se espancam, não brigam nem reatam mil vezes, não é o protótipo do casal de novela e não faz a mínima diferença se ficarão juntos no final. Nunca estiveram.